Séries legais dos últimos tempos

 

Nos últimos anos em que não escrevi sobre cultura pop, vi diversas séries muito boas que me deixaram feliz (ou que ao menos me fizeram esquecer a realidade, o que é quase a mesma coisa).

Buffy The Vampire Slayer


- Buffy é uma adolescente normal, ela gosta de moda, música, sair com os amigos e caçar monstros das trevas no tempo livre. A série acompanha Buffy e seus amigos e família enfrentando todos os problemas que Sunnydale e a Hellmounth (uma espécie de portal entre o nosso mundo e o mundo dessas criaturas) podem trazer para nossa realidade.

Maratonei loucamente todas as temporadas, revi minhas temporadas e episódios favoritos algumas vezes. A estética dos anos 90, os monstros bobinhos, os problemas adolescentes, personagens femininas que não são unilaterais e alguns episódios com roteiros, temáticas e situações bem desenvolvidas são o que fazem de Buffy um clássico que vale a pena ver e rever até hoje. 


What We Do In The Shadows

- Acompanhamos Guillermo, um cuidador de vampiros em sua rotina nessa profissão peculiar e a rotina de seus mestres. Lazlo, Nadja, Nandor e Colin são um clã vampiro completamente maluco, que vivem no século XXI e tentam se adaptar as mudanças dos tempos contemporâneos. A série tem o formado de mockumentary que traz uma certa interação dos personagens com o público deixando o roteiro e as atuações ainda mais engraçadas.

É comédia com vampiros e um toque de horror e é simplesmente genial. Todas as piadas (mesmo as mais sujas) funcionam, as referências as obras que falam sobre vampiros são incríveis (principalmente pra quem gosta do tema). Eu adoro quando eles falam sobre momentos históricos e culturais da vida real e introduzem vampiros como personagens de alguns desses momentos. Os figurinos e a estética da série são incríveis e os personagens são a melhor parte (Nadja é a melhor).


Abbott Elementary

- Mais uma série com esse gênero de mockumentary, mas dessa vez acompanhando a rotina e os problemas de uma escola pública em uma região carente da Filadélfia.  

Por ser sobre uma escola mais pobre, que sofre muito com a falta de materiais e estrutura e na qual os professores precisam usar muita inteligência e criatividade pra oferecer a melhor educação com o pouco que tem, Abbott Elementary se aproxima muito da realidade dos professores na escola pública Brasileira. Eu fiquei muito feliz com essa série, é difícil ter mídias que falem sobre a vida dos professores de uma forma leve e cômica mas que ainda emociona quem tem essa ligação com a sala de aula. O elenco é incrível, as piadas todas funcionam. Na segunda temporada mostra um pouquinho da vida dos personagens principais (que ajuda muito a lembrar que professores são só pessoas normais). Indico muito pra todo mundo, mas principalmente pra quem é da área de educação.

 

Brooklyn 99

- Uma versão atual dos filmes de comédia com academias e delegacias de polícia repleta de representação e com roteiros e piadas inteligentes de verdade.

Um vício meu e do meu pai, não tem muito o que dizer além de: muito bom, piadas muito boas, personagens apaixonantes e deveria ter mais temporadas.


Alice in Borderland  

- Em um dia normal da vida do jovem Arisu o mundo vira de cabeça pra baixo. Ele e seus amigos se veem presos em uma realidade alternativa onde são obrigados a participar de jogos extremamente violentos e mortais para continuarem vivos. Na tentativa de sair desse mundo e voltarem para suas vidas normais, os personagens encontram uma estranha comunidade que se formou dentro desse universo e que tenta encontrar uma forma de vencer os jogos e acabar com esse pesadelo.

Temporada 1: Foi um dos meus maiores vícios de mídia no ano que saiu, assisti umas duas vezes seguidas. Violenta, inteligente, original. Os personagens são bem construídos, para uma série curta nesse modelo de 8 episódios da Netflix, o ritmo dos episódios funciona bem deixando o roteiro fluido, a ambientação é bem feita, adoro essa estética de 'nature takes over' (que fica ainda mais presente na segunda temporada). 

Temporada 2: No início achei meio lenta, esse formato de começar um jogo no meio do episódio e terminar na metade do próximo cortava muito o ritmo da história pra mim. Ao mesmo tempo que é lenta em certas partes do roteiro, é apressada em outras. Senti falta de um desenvolvimento menos superficial dos personagens. Mas num geral foi um bom (possível) final para a série, gostei muito de usar Experiência de Quase Morte como a verdade por trás daquele universo. Tem o clássico discurso motivador de mangá shonen 'continue lutando, mesmo com todas essas coisas violentas e tristes na vida e no mundo, vale a pena' mas se encaixa bem na história e nas motivações dos personagens.


 The Last of Us 

- Um fungo que controla o sistema nervoso dos indivíduos em que se instala se adapta a sobreviver no corpo humano. O personagem principal, Joel, perde sua filha e todo o sentido de sua vida no dia em que esse fungo começa a se espalhar pelas pessoas. O mundo inteiro é devastado por esse apocalipse, restando poucos sobreviventes em áreas que foram protegidas pelo exército e governo, e em comunidades alternativas que tentam sobreviver em meio ao caos. 20 anos após o início do fim, acompanhamos Joel, agora um contrabandista, em sua missão de levar a jovem Ellie, portadora de uma possível cura para a infecção do Cordyceps, até os líderes e médicos do movimento rebelde Fireflies, que descobriram a condição da garota. 
 
Muitos sentimentos sobre essas série. Para as pessoas que gostam de video games, essa série é um prazer absurdo. Finalmente uma boa adaptação de um jogo produzida com a dedicação que a história merece. Minha opinião é que parte desse ótimo resultado, para além do elenco, produção e dedicação da equipe, é graças a ótima história do jogo, que permite que o roteiro original seja tão bem adaptado. As adições a história só enriquecem ainda mais o universo do jogo e os personagens. Linda história sobre luto e família.

Nos4a2 (Nosferatu)

- Série inspirada no livro de mesmo nome de Joe Hill (filho do mestre Stephen King). Acompanhamos Vic McQueen, uma adolescente que cresceu em um lar conturbado que descobre ter o poder de encontrar coisas perdidas atravessando uma ponte mágica (ponte essa que existia na vida real, mas que foi demolida anos antes) com sua moto. Seus poderes fazem com que Vic se depare com um rastro de crianças desaparecidas e um tipo de crueldade tão maligna que nem nos piores pesadelos conseguimos imaginar. Sua vida e de seus amigos entram em perigo e Vic se vê na necessidade de caçar Charlie Manx, o homem (se é que podemos chamar algo tão horrível de pessoa) responsável pelos desaparecimentos de crianças há anos. 

Também tenho muitos sentimentos sobre essa série, inclusive a profunda tristeza de saber que foi cancelada. Ainda não li o livro (o que pretendo fazer), então não posso falar muito sobre a fidelidade da adaptação. Mas sem dúvidas, é uma série muito boa que vale a pena ver. A temática de natal com terror traz uma estética muito original pra história. Forte reflexão sobre abuso infantil, construção do sistema familiar e vícios.

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